A busca
Já disse que começo a me libertar, não? Pois acredito que a liberdade e o sentir têm estreita ligação. Uma não vive sem o outro. Conheci pessoas fascinantes ultimamente, mas também relembrei outras que estavam guardadas em algum cantinho dentro de mim. Pessoas que meu sentimento desperto fizeram ver com novos e velhos olhos. Há tanto o que fazer! Preciso revisita-las todas, preciso desatar todos os nós.
É como se fossemos, cada um de nós, ralos sugando tudo ao redor, mas houvesse alguns objetos grandes que entupissem e brecassem o processo.
Cada uma dessas pessoas é um enorme objeto. Preciso decifra-las, liberta-las e me libertar. Preciso transformar-me de ralo a buraco-negro. Então, quanto tiver forças para sugar tudo que minha mente criou - as plantas, a internet, a música, os amigos... - para dentro de mim e me transformar num único ponto, pequeno mas completo, simples mas inteiro, é que minha busca estará completa.
E então, o que? Depois do fim, só resta a morte. Sê bem vinda, morte! Morte que aguardo com tanta paixão, morte que me faz homem, que me instiga a viver!
Sê bem vinda!!
Pois só contigo é que poderei recomeçar. Só assim sairei do fim para o começo. Alcançarei a tão buscada beleza, serei artista de verdade. Serei instrumento do universo, ferramenta da natureza para expressar seus próprios sentimentos, algo grandioso e verdadeiramente belo, grotesco e verdadeiramente são.
E sinto uma presença intensa em meu peito, uma angústia delirante que pode ser traduzida em fogo ou em frio. Não importa. É algo que se mexe, que instiga mas não incomoda. Muito pelo contrário, fascina e acalma, amplia e dilui. Corroi a ferrugem. E isso dói, mas não incomoda, pois é exatamente o que busco.
E, como em toda busca, termino essa postagem sem uma conclusão. Como em toda busca, termino morrendo, reticente mas não hesitante, completo mas não inteiro...