O Velho

Caminhando...

sexta-feira, novembro 16, 2007

A arte de morrer

A morte tem relação com o deixar partir.

Tem similaridade com o nada, mas é apenas o novo.

Não ilude pela própria natureza da fatalidade - ser inevitável.

Não agrada, pois transforma. E o que temos sempre vale a pena.

Mas é a essência da busca, o destino final. E o começo de tudo.

A primeira morte a gente nunca esquece.

Há morte dentro da morte. Há vida após a morte.

A segunda morte é o que chamamos de vida.

Palavra é vaso. Poesia é flúido.

Destroi-se a primeira, liberta-se a segunda.

No entanto, há que transportá-la de um lugar a outro. Para isso é que existe a primeira.

Sem morrer, não se pode absorver a segunda.

É morrendo que se chega ao reino dos céus.

A vida não é só o bem, a morte não é só o mal.

Esses conceitos são simplórios, o mal não existe.

Existe apenas o que existe. É apenas o que é.

"Ser" implica em "existir". Há mortes e mortes, de todos os tipos, cores e sabores.

Andar é a morte do ócio.

Sorrir é a morte do vício.

Cantar é a morte do silêncio.

Viver é a morte do sono.

Dormir é morrer para o dia.

Importante é esquecer conceitos injustos sobre o bem e o mal, sobre ser bom e ser víl, sobre viver e morrer. Porque a morte, como normalmente achamos que ela é, assim como o mal, não existe.
Mas é tudo o que temos para nos tornarmos novos.
É tudo o que tempos para nos tornarmos sãos, enlouquecendo.
É um passo da caminhada.
É, enfim, a perda que um dia nos fará seres completos.

24 Comments:

Blogger Dan said...

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09:27  
Blogger Dan said...

Bom Dia meu Girassol preferido...hoje acho q esses post vai ficar giagante..
Sou a primeira a escrever...então um Bom dia bem alegre e com um grande sorriso (meu sorriso) pra ti...
Sobre a morte, concordo em .... genero e grau(esqueci a primeira palvra desse chavão)huahuah
Hoje por exemplo..morri para felicidade, pois a tristeza está presente...Leia meu post de hoje, nesse momento ainda não o fiz no papel,mas está pronto desde ontem na minha mente..
Pq vc sempre consegue me deixar sem graça..?ler seus coment´s me deixa estranha por dentro, esse ultimo mesmo quando li seu PS me deu um friozinho na barriga, você usa as palavras certas conjulgadas exatamente no lugar que toca dentro de mim...para com isso senão acabo me apaixonando huauauua
Eu adoro Girassois, quando conseguir passar na facul, vou estudá-los tanto tanto e me lembrarei de você com certeza...

Bjus Veio...que você morra hoje para tudo que não te agrada...

:)

09:30  
Blogger Dani said...

"A arte de morrer" ou a morte nossa de cada dia. Sou suspeita pra falar, pois foi esse o tema que escolhi pra minha monografia (a ser terminada um dia, quem sabe?)

Algumas mortes nos deixam um gosto de terra,õ cheiro das flores. Outra cortam pela raíz os outros inconvenientes. Sem falar nas mortes voluntárias do andar, do sorrir, do cantar, do viver...

Acredito na morte como ruptura. Que nos abre caminho senão pra uma vida melhor, ao menos renovada.

(Ao poeta fingidor, chegarei a fingir que sou a inspiração dos versos)

Bjo

11:23  
Blogger Dan said...

Lembrei a palavra: é número..

Concordo em "numero, genero e grau...."

13:54  
Blogger Dan said...

Boa noite Girassol...

Te adicionei mas vc nao tava on, entao..acho q pra falr no msn so no feriado, pq nao posso usar no serviço...

Otima segunda

:)
Cheias de sorrisos

23:08  
Blogger Cynthia Lopes said...

Oi véio, voltei! Eu volto porque neste círculo perfeito não temos começo nem fim; Deus é o sujeito e nós o predicado. O verbo traz a vida, a morte é o que fazemos de nós mesmos e o inferno em que transformamos a vida dos outros. Amei suas palavras que simplesmente dizem tudo, é meu véio, a vida é simples, muito simples... rsrsrs... muitos beijos... Cynthia

09:33  
Blogger Dan said...

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13:57  
Blogger Dan said...

Bem é uma pena nao poder entrar, pois acho q entrarei hoje a noite, sobre em quem eu estou pensando fica meio obvio ne..mas deixa pra la...
Pq vc sabe escrever tão bem heim moço?
Sabe me deixar sem graça a qualquer moemento..ja falei pra parar pq é perigoso demais...
È muito triste mas não consigo esquecer o passado, pelo menos não esse, é dolorido demais pra esquecer sabe?
Adorei o gota de chuva, afinal as plantas (assim como vc é uma pra mim) precisam delas pra viver...na seca elas não conseguem...
Bjus e boa noite, bom feriado , boa vida...

:)

17:08  
Blogger Dan said...

Em quem esta pensando (neste exato momento??)???

Responde to esperando heim
22:20h

bjus

22:23  
Blogger Dan said...

Este comentário foi removido pelo autor.

10:09  
Blogger Dan said...

Conta-se que existia um girassol que em seca se encontrava, seus labios resecados já o machucvam...
Pobre girassol da chuva necessitava, de um agota, uma gota de chuva apenas, e eis que ele viu uma nuvenzinha no céu e sua esperança cresceu, agora ele poderia viver melhor..poderia se sentir mais vivo, se é que aquela nuvem lhe taria sua gota...
O tempo passou e a nuvem nã crescia..o girassol aprendeu a ter paciência e a aguardar, apesar da seca lhe torturar por inteiro, pois a gota ainda precisava de tempo pra se aperfeiçoar para cair do céu,sem medo de se machucar...Girassol tenha paciência...a gota virá um dia...Talvez ela não fique para sempre com você, porém o tempo em que ela cair será eterno..Mesmo que não aconteça nada além de um olhar passageiro...A gota pra sempre lembrará do Girassol que a chamou com tanta sinceridade e carinho...


Nessa estória a gota precisava de um tempo para ter certeza se queria cair do céu ..Pois era perigoso, ela tinha medo de evaporar antes de chegar a tocar o girassol... E isso seria triste demais...
Se o girassol tiver paciência suficiente, a gota poderá lhe dar carinho....
Pois ela queria cair, sinceramente ela queria...e ainda quer.....Por que ela sabe que o girassol a protegerá, e lhe será como um abrigo e lhe trará paz....E sabe também da sede que ele tem, porém, tem certeza de não poder saciar toda sua sede...e tem medo de decepcioná-lo por não conseguir...Mas que fique bem claro que a gota quer cair...quer e muito...


Isso responde seu Vem??

Bjus
:)

10:11  
Blogger Dan said...

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12:51  
Blogger Dan said...

Este comentário foi removido pelo autor.

15:11  
Blogger Dan said...

Ah tenho uma reclamação, vc nem comenta mais sobre meus post viu moço..
Bjus:)

15:12  
Blogger Dan said...

Este comentário foi removido pelo autor.

16:08  
Blogger Dan said...

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17:35  
Anonymous Anônimo said...

Puxa vida, quantos comentários excluídos!

Causou polêmica, Véio?

Palavra magníficas, a morte é um daqueles temas que sempre está aí pra bater de frente com os conceitos formados de cada serzinho vivente nesse planeta, é o tipo de coisa também que já me deu muitos conflitos e neuroses, enfim... é um coisa pra se pensar muito, ou bem... nem tanto, apenas viver e ver no que dá essa jornada toda...


Abraços mano! ;)

17:36  
Blogger Dan said...

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10:40  
Blogger Dan said...

E lá vou eu comentar aki de novo..huahua

Pois eh eu estou decidida a seguir sim o conselho dessa pessoa q desconhecemos hahua

Vou te ligar daki a pouco ok?

Bjus Gira

17:33  
Blogger Dan said...

Foi bom falar contigo, mesmo que super rapido huahuahu

17:40  
Blogger Dan said...

Buenos dias..
Estava olhando najanela e vi que o sol saiu e eu aqui trabalhando...eu mereço?huahah

Tenha um bom dia

:)

10:10  
Blogger Dan said...

Haha é pra ser sincerissima eu fiquei pensando: "Nossa acho q ele odiou a ligação"
Vc nem deu muita atenção e no final falou: " depois agente conversa melhor" como se fossemos nos ver em breve...
Ainda bem que pensou que era outra pessoa, pq pensei que não tivesse gostado..falei naturalmente pq sou bem assim, acabo de conhecer as pessoas e ja falo como se fosse amizade de infancia..normal


ate mais
:)

10:10  
Blogger Lia said...

nunca é tarde, nunca é demais.

vorrrtei.
beijo

19:41  
Blogger Meg said...

Parabéns pela tua criatividade! Fiquei muito "tocada" pelas tuas palavras, que se identificam com o meu sentir.Grande nobreza!
Vou passar sempre....
Fica aqui um poema à morte, que considero a apologia da fraqueza do ser...de um poeta portruguês,
beijo
Meg


Hino à Morte
Tenho às vezes sentido o chocar dos teus ossos
E o vento da tua asa os meus lábios roçar;
Mas da tua presença o rasto de destroços
Nunca de susto fez meu coração parar.

Nunca, espanto ou receio, ao meu ânimo trouxe
Esse aspecto de horror com que tudo apavoras,
Nas tuas mãos erguendo a inexorável Fouce
E a ampulheta em que vais pulverizando as horas.

Sei que andas, como sombra, a seguir os meus
[passos,
Tão próxima de mim que te respiro o alento,
— Prestes como uma noiva a estreitar-me em teus
[braços,
E a arrastar-me contigo ao teu leito sangrento...

Que importa? Do teu seio a noite que amedronta,
Para mim não é mais que o refluxo da Vida,
Noite da noite, donde esplêndida desponta
A aurora espiritual da Terra Prometida.

A Alma volta à Luz; sai desse hiato de sombra,
Como o insecto da larva. A Morte que me aterra,
Essa que tanta vez o meu ânimo assombra,
Não és tu, com a paz do teu oásis te terra!

Quantas vezes, na angústia, o sofrimento invoca
O teu suave dormir sob a leiva de flores!...
A Morte, que sem dó me tortura e sufoca,
É outra, — essa que em nós cava sulcos de dores.

Morte que, sem piedade, uma a uma arrebata,
Como um tufão que passa, as nossas afeições,
E, deixando-nos sós, lentamente nos mata,
Abrindo-lhes a cova em nossos corações.

Parêntesis de sombra entre o poente e a alvorada,
Morrer é ter vivido, é renascer... O horror
Da Morte, o horror que gera a consciência do Nada,
Quem vive é que lhe sente o aflitivo travor.

Sangue do nosso sangue, almas que estremecemos,
Seres que um grande afecto à nossa vida enlaça,
— Somos nós que a sua morte implacável sofremos,
É em nós, é em nós que a sua morte se passa!

Só então, da tua asa a sombra formidável,
Anjo negro da Morte! aos meus olhos parece
Uma noite sem fim, uma noite insondável,
Noite de soledade em que nunca amanhece...

Só então, sucumbindo à dor que me fulmina,
A mim mesmo pergunto, entre espanto e receio,
Se a tua asa não é dum Anjo de rapina,
Se eu poderei em paz repoisar no teu seio!

Inflexível e cego, o poder do teu ceptro
Só então me desvaira em cruel agonia,
Ao ver com que presteza ele faz um espectro
De alguém, que há pouco ainda, ao pé de nós sorria.

Mas se nessa tortura, exausto o pensamento,
Para ti, face a face, ergo os olhos contrito,
Passa diante de mim, como um deslumbramento
Constelando o teu manto, a visão do Infinito.

E de novo, ao sair dessa angústia demente,
Sinto bem que tu és, para toda a amargura,
A Eutanásia serena em cujo olhar clemente
Arde a chama em que toda a escória se depura.

É pela tua mão, feito um rasgão na treva,
Que a Alma se liberta, e de esplendor vestida
— Borboleta celeste, ébria de Deus, — se eleva
Para a luz imortal, Luz do Amor, Luz da Vida!

António Feijó, in 'Sol de Inverno'

16:45  

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