O Velho

Caminhando...

sexta-feira, janeiro 08, 2010

Reencontros

 

Uma amiga minha, mãe de outra amiga minha (ambas de uma família que adora poesia, boa música e arte em geral), me apareceu convidando para conhecer seu blog. Cristina.

 

E que grata surpresa!

 

Há muito que não lia poemas de tanta profundidade e beleza. Recomendo. Já estava desiludido de Vinícius (desculpe Cristina, sei que você gosta dele rsrs) e não quero nem lembrar de Álvares de Azevedo…

 

Passem lá! Basta clicar aqui:

 

Escrever é prolongar o tempo!

 

;-)

11 Comments:

Blogger Cynthia Lopes said...

Legal Edinho,
POESIA SEMPRE!!!!
bjs

12:16  
Blogger O Velho said...

Pois é!

Seus poemas também são inspiradores, Cynthia!

;-)

12:23  
Anonymous Anônimo said...

Desulidir-se de um poeta é coisa que não faz sentido, Edinho. Não se cria ilusões ou amores pelos poetas - não é saudável. Aliás, Vinícius é muito bom e - nas palavras de Cabrau - poderia ter sido um dos maiores poetas brasileiros, não tivesse se envolvido com música popular. Descordo da parte da música popular rs

Um abraço.

23:57  
Blogger O Velho said...

Nota solta, claro que é possível se desiludir. Só não seria possível se todos os poetas fossem perfeitos é só transmitissem boas orientações.

Importante é ter senso crítico. Não dá pra aceitar tudo o que vem, só porque alguém é tido como um gênio e adorado por todos.

Sem desilusão, não há verdade, pois não há o fim da ilusão.

;-)

21:46  
Blogger Páginas sem pauta said...

Edinho acrescentou:

"Claro que faz sentido desiludir-se de um poeta. Só há desilusão quando havia ilusão. E muito do que o Vinícius diz (hoje vejo), é fruto do seu vício pelo álcool.

Mas entendo o que você quer dizer. É que é uma questão bem pessoal, mesmo. Não consigo mais ler poemas que necessitem falar de tristeza para expressar a alegria. Faz parte do meu estudo espiritual.

Muito grato pela presença lá no velho, viu? Volte sempre, será sempre bem vindo!"

Maurício responde:

Edinho, não disse que não é possível: disse que não faz sentido. Volto a repetir: "Não se cria ilusões ou amores pelos poetas - não é saudável." Porque um poeta não tem por obrigação transmitir "boas orientações" - o discurso poético é estético e não um discurso de conduta. A questão é um pouco mais complicada, dado que, atualmente, o "bem", implícito em "boas orientações", não é tão fácil de precisar. Tá aí o problema. É o senso social que um poeta deve ter, como o expresso no poema "A flor e a náusea", de Drummond - enxergar a dura realidade social sem que se perca a esperança! E, Edinho, o que você quis dizer com verdade? A realidade das putas tão bem tratada esteticamente na "Balada do mangue", do Vinícius, não é verdade? Não existe? Fora isso, rebaixar o Vinícius a um simples alcoólatra é forçar a barra - dá um papel e uma caneta pra qualquer bebum bem formado por aí, de hoje em dia, pra ver se sai beleza, fruto da percepção e amor à vida que o Vinícius tinha. Que ele bebia? Bebia. E eu com isso? Aristóteles tinha relações sexuais com homens; Platão, o mesmo; São Tomás de Aquino tinha o chamado vício da gula - e não negava. E por isso deveríamos jogar suas obras de lado, então? Há muito de humano nelas e muito de força, mas não são perfeitas. Acontece que a personalidade deve, a meu ver, estar acima de tudo o que lê ou escreve. Enxergar arte por um viés de conduta é anular o próprio discurso estético. Um artista não se faz de cego a nada - seja a tristeza, seja a alegria, seja a miséria, seja a fartura, seja ao medo, a coragem, seja ao amor, ao desamor, a felicidade, a morte, e a todas as sensações do humano e as movimentações sociais. É o que me parece.

Te entendi errado?

Abraço,

Maurício.

01:09  
Blogger O Velho said...

Sim, amigo, creio que você me entendeu errado.

Realmente, não se cria a ilusão sobre um poeta. A ilusão já está lá. E aceitar qualquer coisa, tudo o que vem, é algo que já não faz parte da minha personalidade (já fez parte, no começo da minha carreira de poeta e compositor).

E sim, é importante discernir o que é bom do que é mau, pra si mesmo. Como eu disse, e volto a repetir, é uma questão pessoal minha. Já percebi que gosta muito de Vinícius, como eu gostei no passado.

Mas não tente me convencer que eu não posso ter senso crítico sobre um poeta (porque foi isso o que você disse: "Não se cria ilusões ou amores pelos poetas - não é saudável.")

Saudável é separar o joio do trigo. E o joio não é o poeta, mas o que está dentro da poesia de qualquer um. E Vinícius tem pérolas maravilhosas, mas temas como "paixão" e "embriaguês" já não fazem parte do meu repertório. Busco cada vez mais o "amor" e a "sobriedade".

Outra coisa: o "bem", realmente, é impossível de precisar. Porque ele não é mental, é espiritual. O bem a gente sente. Mas essa (como eu também disse no meu comentário anterior) é uma questão espiritual e pessoal, que vejo que não é de seu interesse. Mas é do meu.

Perdão se fui mal compreendido antes. Espero ter trazido mais clareza dessa vez.

Muita luz!

;-)

11:00  
Blogger Admin said...

Tou indo lá conferir fui...

12:40  
Anonymous Anônimo said...

"O bem a gente sente. Mas essa (como eu também disse no meu comentário anterior) é uma questão espiritual e pessoal, que vejo que não é de seu interesse. Mas é do meu."

Ops. Eu não disse, nem direta nem indiretamente, que o "bem" não é do meu interesse. Ele é. =)

Mas ainda assim, veja que você se refere a bem-estar espiritual, de consciência - que é do meu modesto interesse, como creio que seja do seu.

Senso crítico você pode - e deve - ter. E é claro que devemos escolher o que é bom para nós, e não o que é mau. É uma questão de auto-preservação humana, acredito. E, exatamente porque esse sentir o bem é uma coisa pessoal, como julgar Vinícius? Mais: para quê julgar Vinícius? O que quero dizer com isso tudo é que acho meio inadequado julgar alguém - não se tem em mãos todas as variávies de uma vida humana (só Deus as tem). Ainda que eu, com minha visão limitada, veja coisas que, ao meu parecer, sejam reprováveis, NUNCA SE SABE. Para que fique claro o que quero dizer, você é contra o fato de que Vinícius bebesse com frequência. Mas isso não significa absolutamente nada - é uma visão pessoal que não invalida o que estético. Ler Vinícius não significa ser Vinícius - porque nem Vinícius era o que ele escrevia (isso, creio, está claro). Seria o mesmo que dizer que Drummond, ou Kafka, era caras tristíssimos e covardes, baseando-se na "tristeza" de suas literaturas - o que não é verdade. Drummond foi uma das pessoas mais combativas que já passaram por esse país, ao seu modo. E eu não entendo isso que você diz de se aceitar tudo o que vem: não se deve fazer isso de jeito algum (isso seria a anulação da personalidade). A personalidade está acima disso e é autônoma. E eu não quero convencer ninguém de nada. Acredito que cada um é mais ou menos dono do seu destino, e a única coisa que eu quero é que cada ser humano seja sinceramente feliz.

Vejo que o que te desagrada são alguns temas, e de um ponto de vista moral. É uma questão pessoal. Não entremos nesse mérito.

Um abraço.

Tem uns versos de Drummond que acredito falarem disso tudo, do julgamento do mundo (que não se deve fazer). Se puder releia-o inteiro. É útil:

MUNDO GRANDE

"Sim, meu coração é muito pequeno.
Só agora vejo que nele não cabem os homens.
Os homens estão cá fora, estão na rua.
A rua é enorme. Maior, muito maior do que eu esperava.
Mas também a rua não cabe todos os homens.
A rua é menor que o mundo.
O mundo é grande.

Tu sabes como é grande o mundo.
Conheces os navios que levam petróleo e livros, carne e algodão.
Viste as diferentes cores dos homens,
as diferentes dores dos homens,
sabes como é difícil sofrer tudo isso, amontoar tudo isso
num só peito de homem... sem que ele estale."

Um forte abraço, e não creia que é pessoal - é uma questão estética.

Maurício.

13:17  
Blogger O Velho said...

Pela terceira vez vou repetir e espero que dessa vez você entenda:

É uma coisa pessoal minha! Não estou julgando o Vinícius. É meu trabalho espiritual.

Porque você está tão indignado com isso? Se eu não quero mais ler Vinícius, é porque tentei mesmo, procurei seus poemas que condizem com os valores que estou buscando. E se eu não quero ler Vinícius, não posso ir preso por isso, posso?

E, pela terceira vez, lhe peço encarecidamente: respeite minha opinião, assim como estou respeitando a sua.

Se está tão difícil de entender, procure conversar com pessoas que tem o entendimento que você tem, não tente explicar física quântica para um caipira do mato. Tudo o que eu almejo são as belezas e encantos da divina natureza.

Por favor, deixe essa questão de lado, se não quer tentar entender meu ponto de vista. Afinal, foi você que se incomodou com minha opinião. Eu estou apenas tentando explicar porque penso dessa forma, mas vejo que está sendo em vão.

Vai em paz, meu irmão.

13:49  
Blogger O Velho said...

P.S.: Alías, Drummond, sim, é um sábio (na minha opinião, heim? rsrs)

13:50  
Blogger Narah said...

Oi amigo!

Saudades...
Gostei dos poemas que ví no blog...

Bjão!!!

ps; Feliz ano novo! (atrasado!)

14:37  

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