Oração
Teu veredicto
trouxe à tona os pedaços dos corpos
Boiavam ao sabor das ondas
Teu veredicto
dava voltas pela areia
subia as pedras
queimava os pés
Onde foi que o vento me conduziu?
Porque essa voz de silêncio teimando em me perturbar?
Passei o dia inteiro ouvindo esse chamado
Esse mantra das ondas na areia
Esse mantra - Teu veredicto
Na curva da montanha, algo inesperado.
A terra encontrava o mar de forma nada hospitaleira. Era um mundo isolado como sempre sonhei. Rochas dispersas e terreno íngreme, sem praia, sem areia, sem gente.
Como sonhei
Porque me chama?
Aqui estou eu.
Voltei pra te ver, mas não te quero.
Por isso que piso em teu derrame
Por isso é que teus dedos escorrem pelos meus pés.
Não me abandone. Me dá tua imensidão.
Teu infinito
Minha virtude
Tua saliva salgada
Minha fome, minha pele
Minha noite
O raio que iluminava a terra
Tua sequência
Minha rotina
Meu ritmo
Meu não-saber
Minha lágrima.
Teu veredicto
Quantos mundos ainda vão ser construídos até que possa te elevar?
É frio de madrugada, e os mosquitos me fizeram de café da manhã.
Vamos esperar o sol nascer?
Acho que acordei todo mundo. Eles sabem agora. Poderia subir o morro até a nascente, mas nada será como antes. O mato cresceu.
Há peixes de cores vibrantes por lá. Mas há também quedas d'água intransponíveis.
O dia está ficando claro.
Conta mais sobre você.
Teu veredicto
Tua saliva
Minha virtude
Como demora pro sol nascer!
Apenas os mosquitos estão satisfeitos
Pra onde é o Leste?
Pra lá?
Xi... acho que já nasceu.
Nasceu sim.
A gente não viu por causa
das nuvens
dos mosquitos
das lágrimas
da fome
Perdoa-me por lhe devorar
Mas dá-me
Teu veredicto
Amém.
Poesia relembrada do caderno, escrita em 25/12/2006, às 0:49hs.
trouxe à tona os pedaços dos corpos
Boiavam ao sabor das ondas
Teu veredicto
dava voltas pela areia
subia as pedras
queimava os pés
Onde foi que o vento me conduziu?
Porque essa voz de silêncio teimando em me perturbar?
Passei o dia inteiro ouvindo esse chamado
Esse mantra das ondas na areia
Esse mantra - Teu veredicto
Na curva da montanha, algo inesperado.
A terra encontrava o mar de forma nada hospitaleira. Era um mundo isolado como sempre sonhei. Rochas dispersas e terreno íngreme, sem praia, sem areia, sem gente.
Como sonhei
Porque me chama?
Aqui estou eu.
Voltei pra te ver, mas não te quero.
Por isso que piso em teu derrame
Por isso é que teus dedos escorrem pelos meus pés.
Não me abandone. Me dá tua imensidão.
Teu infinito
Minha virtude
Tua saliva salgada
Minha fome, minha pele
Minha noite
O raio que iluminava a terra
Tua sequência
Minha rotina
Meu ritmo
Meu não-saber
Minha lágrima.
Teu veredicto
Quantos mundos ainda vão ser construídos até que possa te elevar?
É frio de madrugada, e os mosquitos me fizeram de café da manhã.
Vamos esperar o sol nascer?
Acho que acordei todo mundo. Eles sabem agora. Poderia subir o morro até a nascente, mas nada será como antes. O mato cresceu.
Há peixes de cores vibrantes por lá. Mas há também quedas d'água intransponíveis.
O dia está ficando claro.
Conta mais sobre você.
Teu veredicto
Tua saliva
Minha virtude
Como demora pro sol nascer!
Apenas os mosquitos estão satisfeitos
Pra onde é o Leste?
Pra lá?
Xi... acho que já nasceu.
Nasceu sim.
A gente não viu por causa
das nuvens
dos mosquitos
das lágrimas
da fome
Perdoa-me por lhe devorar
Mas dá-me
Teu veredicto
Amém.
Poesia relembrada do caderno, escrita em 25/12/2006, às 0:49hs.
4 Comments:
pra q um amor vá adiante, floresça, frutifique é preciso basicamente uma associação de sentimentos e vontades de ambas as partes. a gente tem de amar a criatura e querer ficar com ela. a criatura tem q amar e querer ficar a gente.
ambos os dois em conjunto precisam amar e querer ficar com. certo. qqr coisa q escape, fuja, desborde, deslize, mude, seja diferente, implica necessariamente em cacaca.provo.
se ñ se amam e ñ querem, estão fora do campo de incidência do nosso presente estudo.
qdo ñ se amam e mesmo assim querem ficar juntos, ótimo passatempo até um achar um outro q realmente ame e plóft, PT saudações, vai dar um vale transporte e largar no ponto de ônibus mais próximo o q sobrou.
se se amam e ñ querem, bah, a gente sugere muito a leitura dos clássicos, tragédias principalmente, ou a internação no manicômio mais próximo. ainda assim, havendo acordo de vontades, se dois ñ querem, dois ñ brigam (podem, inclusive, cometer suicídio abraçadinhos).
se um ama e quer, o outro ñ ama e ñ quer. beibi, beibi, ñ vale a pena. ocupe-se e deslargue. vale de ponto de cruz a viagem de volta ao mundo, mas se a criatura ñ te ama e ñ te quer ñ há o q fazer, a menos, claro, q tua idéia de diversão seja uma cama de pregos, agulhas sob as unhas e joelhos no milho. insistir e insistir e insistir (pra tentar conquistar é uma coisa válida), mas parâmetro e simancol são tudo nessa hora. muito cuidado aqui com os narcisos q A-DO-RAM um satélite no entorno, ou com aqueles (humanamente desculpáveis) q estão precisando de um lifting no ego. se ñ ama, meu amigo, NÃO AMA. falta pressuposto báááááásico.
se um ama e quer, o outro ñ ama e quer. cacaca. pode ser q fiquem juntos, claro, por conveniência ou comodidade, seja até muito bom e isso sirva. mas sem um amar o outro, a possibilidade de isso virar uma cacaca muito da fedida é bem grande, com cobrança, recalque e tristeza a mais ñ poder. aquele q ama e ñ é amado tem metade do q poderia ter. o q quer e ñ ama idem. mais valia cada um sair por aí e achar um inteiro, é ou ñ é, mas quem sou eu pra vir aqui dizer o q fazer.
se um ama e quer, o outro ama e ñ quer, bah, q merda, é a situação chata por excelência. se ñ quer (ñ pode, ñ consegue), ñ quer. Não adianta fazer uma força do cão, ñ adianta marquetingue, ñ adianta se comprometer com todo o trabalho sozinho. ainda q leve por um tempo, cansa. ainda q leve por bastante tempo, cansa muito. ou o outro também quer, ou ñ vai dar, companheiro. ou será q precisa explicar pra quem nos ama pq a gente vale a pena? ele sabe, claro q sabe. quem ama, sabe. e a gente tá falando de quem ama. quem ñ ama falamos a respeito nos parágrafos anteriores.
lutar pelo amor da gente só vale se a luta for contra o resto do mundo. contra ele mesmo (e as suas convicções) é tiro no pé.
assim, ouça a voz da coerência: o q dá pra fazer é deixar claro a sua parte do negócio. diga q ama e diga q quer. diga a q está disposto. depois, comece a torcer pro outro tbm amar e tbm querer e espere. torça pra q ele entenda o q isso significa e espere mais um tanto. e torça. torça muito. é só o q dá pra fazer.
Concordo plenamente! E é justamente o que estou (tentando) fazendo...
Quanto a essa poesia, a personagem a qual peço o veredicto, é o mar.
;-)
pois eu ñ sei ? sendo o mar muito instável,netuno enviou a resposta!
rsrs
;-)
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